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Janeiro:
Tudo começou numa saia comprada a dia 15 que me ficava MUITO bem. Assim como tantas outras peças de roupa que comprei com o mesmo motivo, ficavam-me MUITO bem. Não pensem que me estou a gabar de tudo me ficar bem, porque não é, de todo, o caso! Na verdade como sou pequena e larga de anca não é qualquer roupa que me assenta em condições, de maneira que, quando fica, costumo apostar nela. Embora efetivamente não precise e tenha que chegue. Realmente, tenho. E também tenho um grave desequilíbrio de auto-controle no que toca a investir em moda.
Compro muitas pechinchas bonitas, a minha irmã passa a vida a dizer que sou a única pessoa do mundo que compra coisas em condições nos saldos e promoções. Há umas semanas comprei 3 tops/blusas por 8€ (os três!) e ganhei o meu dia. Acreditem que fiquei 10x mais feliz do que se tivesse gasto rios numa só peça de marca.
Voltando à saia comprada a dia 15, tive que ir ao multibanco à posteriori e consultei o saldo. E pensei logo para mim: tenho que ir devolvê-la. E lá fui, sem medos. Porque era meio do mês e eu já tinha muito pouco para a outra metade. E na verdade, estar ciente disso e ir devolvê-la deu-me uma maior sensação de controlo e, consequentemente, felicidade, do que se tivesse ficado com ela.
E fui profundamente feliz a devolver uma saia que me ficava bem, só porque os 17€ me davam jeito para outras coisas nos 15 dias do mês que faltavam e afinal, não gostava assim tanto dela.
Se efetivamente fizer sentido tê-la, se ela estiver destinada a ser minha, vai ter que esperar na loja até ao final do mês, quando o plafond de "coisas que efetivamente não preciso" renovar.... Se não... Amigas na mesma darling.*
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Maio:
Entretanto, tudo continuou no meu ginásio hiper barato, mais fit premium low cost, que é, ao meu ver, de longe, o melhor ginásio de Vila Nova de Gaia no que toca à relação preço-qualidade.
Pago 18€ por um serviço que a meu ver, vale, sem exageros, 3 vezes mais. Existem duas modalidades, livre acesso (22€) e off peak, em que treinas das 7h às 17h e das 21h às 24h. Eu prefiro o segundo porque poupo 4€ e por norma vou sempre treinar de manhã/início da tarde ou à noite. Não suporto as confusões de pessoas ao fim da tarde, de maneira que não me compensava ter esse horário incluído.
Adoro a variedade e quantidade de aulas, os professores, a proximidade a minha casa e o próprio ambiente. Ao início era estranho chegar ao ginásio mais inclusivo de sempre, encontrar 20 conhecidos de Canidelo e ter à vontade para treinar de leggins e crop top. Agora sinto-me em casa.
Adoro que inclua aulas de yoga, um serviço normalmente pago à parte por balúrdios ou exclusivo de ginásios de topo e ainda aulas de TRX, de treino funcional, de crossfit, body pump, GAP, CX, entre outros...
Recomendo a 1000%, ou não fosse eu tão viciada no meu ginásio de pobre (como alguns amigos meus lhe chamam com escárnia) que não trocava por nada. E adoro pagar tão pouco por algo que me faz profundamente feliz.
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Agosto:
Tudo acabou na coisa mais fofa do meu dia-a-dia. O meu bola de pêlo cinzentinho que dorme neste preciso momento aos meus pés, custou 12€, o preço da viagem da boleia que o trouxe de Bragança para cá. Ok, custou-me mais algum tendo em conta que compro areia e comida várias vezes e o bichano tem que ir ao veterinário quando é necessário. Mas vale tanto mais que isso tudo. É tão bom, o meu bébe. E sou loucamente apaixonada por ele.
E sim, paguei uma boleia para o trazer uma vez que era um gato abandonado que teria um destino diferente se eu não o adotasse. E tive que lutar por ele ao ponto de passar umas noites fora de casa pelo facto da minha mãe não querer mais gatos (ficou traumatizada ao ver o nosso gato anterior morto ainda pequeno, não sei muito bem a causa). Fiquei umas noites em casa de amigos...
Durante o dia, levava o Tommy para o trabalho (sim, na altura em que vendia cartões valia tudo, era um pouco inconsequente mas fazia as coisas genuinamente, não fazia com maldade) porque chorava se ficasse sozinho no carro (e na verdade eu tambem não tinha coragem de o deixar).
Acabou ainda, quando estavamos em viagem, por encher a viatura de dejetos e urina porque era demasiado pequeno para saber ir à caixa de areia que religiosamente coloquei no chão junto aos bancos traseiros. Ainda passei alguns meses a esfregar o chão para tirar chichi colados a areia colados aos tapetes e tive que desembolsar dinheiro bastante chorado numa lavagem de estofos. Mas hoje em dia, olho para ele e tudo o resto compensou.
A minha mãe lá acabou por aceitá-lo em casa com medo que eu nunca mais voltasse. E senti-me super realizada por ter lutado por ele.
É um gato mimado, brincalhão, pachorrento. Só se levanta do sofá para fazer asneiras, comer ou fazer as necessidades. Mas olha para mim com aqueles olhinhos e eu esqueço todos os problemas do meu dia e sou, mais uma vez, profundamente feliz.
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"Não é sobre ter
Não é sobre ter todas pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós"
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